A Mangueira é uma das instituições culturais mais significativas do cenário carioca e brasileiro. Instituição que nasceu na então capital da República, em 1929, a partir de diversas manifestações culturais de resistência negra, de homens e mulheres das classes populares do Rio de Janeiro, ela é um dos pilares do carnaval carioca, mas além de uma escola de samba, é também uma escola de vida, uma manifestação pulsante agregando diversas gerações de mangueirenses a partir das dimensões lúdicas, simbólicas, rituais da vida social. Personalidades de Mangueira são reconhecidas como expoentes da música e da cultura brasileiras, como os baluartes Cartola, Dona Neuma, Dona Zica, Jamelão, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça e tantos outros. Portanto, contar e refletir sobre a memória da Mangueira é ter uma verdadeira aula de história e de cultura carioca e brasileira, e para que essa memória seja registrada, exibida e divulgada para toda a sociedade, existe, desde abril de 1999, no terceiro andar do Palácio do Samba, o Centro Centro de Memória Verde e Rosa. Este reúne um acervo composto por: fotos, fantasias, livros, quadros, discos, instrumentos musicais, alegorias, recortes de jornais e revistas, placas comemorativas e documentos preciosos que resgatam os 88 anos da escola. Ele é formado por um auditório, um salão de exposições, uma sala de audiovisual e uma biblioteca. Trata-se de um território de cultura encravado no pé do Morro de Mangueira, que funciona como espaço de formação, reflexão e experimentação de diferentes linguagens artísticas, desenvolvendo atividades de mediação entre as contribuições de personalidades mangueirenses e brasileiras, e crianças e adolescentes componentes do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mirim Mangueira do Amanhã, tais como: oficinas de literatura, artes, música, dança, teatro, cinema, fotografia entre outras. O Centro, reunindo documentos e objetos da cultura material mangueirense, e sendo um espaço de ativação e transmissão dessa memória, pretende firmar-se cada vez mais como referência para pesquisa, educação, documentação, difusão e comunicação, atendendo a população não só da comunidade local e do em torno dos bairros vizinhos, mas de toda a população fluminense, brasileira e mundial. O projeto destina-se à atualização e organização de seu acervo, divulgando cada vez mais a cultura mangueirense. O objetivo geral do projeto é atualizar e organizar o acervo do Centro de Memória Verde e Rosa, no prazo das comemorações dos 90 anos de Mangueira, através da coleta de materiais e depoimentos entre a comunidade mangueirense, e do arquivamento deste material (em formato físico ou digital) no âmbito do Centro de Memória Verde e Rosa de acordo com padrões arquivísticos e museológicos adequados.